O Ministério Público precisa marcar colado e agir com o rigor da lei. Não dá mais para tolerar gestores públicos que, com total desfaçatez, colocam a mão no bolso do servidor, desviam recursos que foram descontados religiosamente e depois jogam, mais uma vez, a fatura nas costas de quem já pagou esse preço. É um ciclo criminoso, indecente — e precisa ser interrompido com cadeia para os culpados!
Com protestos, empurra-empurra e gritos de revolta, a Câmara de Vereadores de Quixadá aprovou em segunda votação, nesta quinta-feira (29), o famigerado projeto que aumenta o desconto previdenciário sobre os salários dos servidores públicos municipais. A proposta, absurda e impiedosa, foi apresentada pela Prefeitura de Quixadá, comandada por Ricardo Silveira (PSD), e enfrentou forte resistência de trabalhadores e representantes sindicais.
O projeto é cruel e pune quem menos deveria pagar essa conta! Segundo o texto aprovado, os servidores serão taxados conforme a faixa salarial:
– Até um salário mínimo: desconto de 14%.
– De um até três salários mínimos: desconto de 15%.
– Acima de três salários: desconto de 16%.
E não para por aí: a alíquota patronal do Magistério será elevada para 30%. Isso mesmo: mais peso nos ombros de quem sustenta a educação pública! Um verdadeiro ataque ao funcionalismo.
Como se não bastasse, a base do governo se mostrou inflexível. Foram 12 votos a favor, contra apenas 4 parlamentares que ousaram se levantar contra esse retrocesso. A primeira votação, ocorrida dois dias antes, já havia sinalizado a tragédia, com o mesmo placar. Durante as sessões, houve tensão entre vereadores governistas e servidores que tentavam, desesperadamente, fazer valer seus direitos.
É revoltante e vergonhoso. O servidor público, que dedica sua vida ao município, agora é penalizado por erros de gestão que vêm se acumulando há anos. E o povo? Assistindo, indignado, ao espetáculo de cinismo de quem deveria zelar pelo bem coletivo.