Mesmo com a cassação decidida, o senador Beto Faro (PT) continua no cargo – pelo menos por enquanto. Ele já anunciou que vai recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), que rolou na noite da última terça (20). A decisão, que teve placar de 5 a 2, também atinge os suplentes da chapa: Josenir Gonçalves Nascimento (PT) e Leny May da Silva Campelo (PCdoB).
O caso que motivou tudo isso foi movido pelo PL. Segundo o partido, um aliado de Faro teria usado uma empresa privada pra pressionar funcionários a votar nele, oferecendo em troca um vale-alimentação extra.
A empresa citada é a Kapa Capital, e o próprio dono chegou a pedir votos diretamente pro senador.
As provas reunidas no processo incluem áudios de reuniões e até mensagens trocadas por WhatsApp. Em uma das situações descritas, os funcionários eram obrigados a deixar os celulares na entrada dos encontros. Isso, na visão dos juízes do TRE, mostra que quem organizava as reuniões sabia que tinha algo errado acontecendo.
Durante o julgamento, um dos votos que foram a favor da cassação destacou que o dono da Kapa Capital, junto com o gerente administrativo, não só pediu votos pra Faro, como também prometeu dobrar o valor do ticket alimentação pra quem topasse ajudar a convencer mais eleitores.
A defesa de Beto Faro tentou anular as provas, alegando que as gravações foram obtidas de forma ilegal. Mas esse argumento não colou com a maioria dos magistrados. A Justiça considerou que o conjunto de provas era válido e indicava abuso de poder econômico, compra de votos e assédio eleitoral.
Nas redes sociais, Faro publicou uma nota dizendo que recebeu a decisão com "serenidade" e reforçou que confia na Justiça Eleitoral. Ainda assim, o caso segue em aberto enquanto houver possibilidade de apelação.