A CCJ do Senado aprovou, com sensatez e coragem, o fim da reeleição para presidente, governador e prefeito. Um avanço institucional que resgata o espírito original da nossa Constituição, hoje corroído pela distorção da continuidade no poder.
A reeleição, criada em 1997 sob medida para um projeto de poder, desvirtuou o processo democrático. Transformou mandatos em trincheiras eleitorais, onde o uso da máquina pública se tornou regra, não exceção. Ao abolir a reeleição e ampliar os mandatos para cinco anos — e dez no caso dos senadores — resgatamos o que o bom senso sempre pregou: alternância e estabilidade.
Além disso, a unificação das eleições, proposta pelo relator Marcelo Castro, impõe racionalidade ao sistema, evita o eterno clima de campanha e reduz gastos públicos. É hora de aprovarmos essa mudança no plenário. O Brasil precisa virar a página da reeleição. É o futuro da democracia que está em jogo.
》Mas é preciso coerência: ampliar mandato de senador para 10 anos é inaceitável.
Enquanto se combate o vício da reeleição no Executivo, não se pode premiar o Legislativo com mandatos quase vitalícios. Dez anos é um exagero injustificável, que distancia ainda mais o parlamentar da sociedade que o elege. O que o Brasil precisa é de um Congresso mais enxuto, mais eficiente e mais conectado com a vontade popular — não de políticos com cadeira cativa no poder. Que se reduza o tamanho do Congresso, e não se estenda sua permanência.