O Conselho de Ética da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (9), por 13 votos a 5, o parecer favorável à perda de mandato do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ). O processo, instaurado em 2024, foi motivado pela expulsão, a pontapés, do influenciador Gabriel Costenaro (ligado ao MBL) das dependências da Casa. O episódio ocorreu em 16 de abril e teria sido provocado por provocações envolvendo a mãe do parlamentar, Saudade Braga, então gravemente doente e falecida semanas depois.
Em resposta, Glauber decidiu iniciar uma greve de fome e passou a noite nas dependências do Congresso. "Tomei uma decisão inabalável: não serei vencido por Arthur Lira, pelo orçamento secreto, nem pelo coadjuvante dessa história, o MBL", declarou. Ele disse que permanecerá no prédio legislativo até o fim do processo. A deputada Luiza Erundina (Psol-SP) sugeriu que colegas do partido se unam a ele nessa vigília.
Apesar da aprovação no Conselho de Ética, a cassação ainda não é definitiva. A decisão precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, depois, pelo plenário da Câmara.
Braga alega que sofre perseguição política articulada por Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara. Em diversas falas, chamou Lira de “criminoso” e disse que o relatório do processo foi manipulado. O relator, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), rechaçou as acusações e trocou farpas com Glauber, chamando-o de “irresponsável”.
Esse é o segundo caso de cassação aprovado nesta legislatura. O primeiro foi o de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser mandante do assassinato de Marielle Franco.