A Justiça Eleitoral do Ceará determinou, nesta segunda-feira, 07, a cassação dos diplomas do prefeito eleito de Choró, Carlos Alberto Queiroz Pereira, e de seu vice, Bruno Jucá Bandeira, após a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela Federação Brasil Da Esperança (Fé Brasil) e pelo candidato derrotado Antonio Francisco Delmiro. As acusações de abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio, referentes às eleições de 2024, levaram o Tribunal Regional Eleitoral a decidir pela realização de novas eleições no município, que deverão ocorrer entre 20 e 40 dias.
O processo acusou a dupla de envolvimento em práticas ilegais como a perfuração de poços em troca de apoio político, além da distribuição de bebidas e outros bens em eventos eleitorais. A defesa dos acusados, no entanto, alegou a ausência de provas substanciais que comprovassem tais atos ilícitos, pedindo a improcedência da ação.
Entretanto, o juiz Welithon Alves de Mesquita, responsável pelo caso, destacou que as investigações da Polícia Federal, com a operação "Vis Occulta", forneceram evidências consistentes. Ele sublinhou a gravidade da situação, revelando um esquema de corrupção eleitoral que afetou, além de Choró, também as cidades de Canindé e Fortaleza. Com base nas provas, o magistrado decretou a inelegibilidade de ambos por oito anos e aplicou uma multa de R$ 53.205,00.
O que se vê, portanto, é a reafirmação do princípio de que o uso indevido do poder e dos recursos públicos em tempos eleitorais não deve ser tolerado, visto que prejudica a legitimidade das escolhas populares. O povo de Choró voltará às urnas, não por uma mera falha de processo, mas pela imposição de um novo julgamento da vontade popular.