O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), acusou o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de adotar uma postura de perseguição política em relação ao estado. Em entrevista ao jornal Metrópoles nesta quarta-feira (26/03), Caiado afirmou que uma portaria elaborada pelo Ministério da Fazenda visaria exclusivamente bloquear financiamentos para Goiás. Segundo o governador, o assessor do ministro Fernando Haddad teria criado a medida para impedir o repasse de recursos federais ao estado. Caiado citou, como exemplo, o Hospital de Águas Lindas, que é totalmente custeado pelo governo estadual, apesar de metade do financiamento ser responsabilidade da União. Também mencionou as policlínicas que nunca receberam qualquer verba federal.
Na visão de Caiado, a falta de repasses federais reflete uma clara retaliação política, ligada à sua discordância com o plano econômico do governo federal e ao que considera uma prática de "agiotagem" no aumento das taxas de juros das dívidas estaduais. Em um tom de ironia, Lula havia afirmado recentemente que não precisaria de remédios para dormir, mas que seus adversários certamente precisariam. Para Caiado, essa fala evidencia uma tentativa de vingança política.
Essas declarações ocorrem no momento em que Caiado se prepara para lançar sua pré-candidatura à presidência, prevista para o dia 4 de abril, na Assembleia Legislativa da Bahia. O governador declarou que, a partir desse lançamento, seu objetivo será apresentar Goiás como sua principal "vitrine" para o restante do país, buscando ampliar sua visibilidade e projeção nacional.